Por Daniela Magalhães
Focava na casta arrasada
De fada e de luz
Focava na farda
Até entre o pus
Mas tarda
Mas tarda
A tarde sem farda
Sem fada
Não basta o tempo do espírito?
Ou a cola dos números?
A carta um dia chegava
Nunca mais
A porta um dia quebrava
A chave um dia sumia
Continua la
A grade um dia cedia
Nunca vi tão forte
Já achei mais frias
A tarde
Essa sempre chega
Acordo meio que
Tropeço
Me enrolo no sol
Quando tem
Deixo cair
Que que eu to fazendo?
Pra onde vou
Tropeço
Ainda acordo meio que
Me esqueço no sol
Quando tem
Deixo cair mas não caio
Faz tempo
Tem que comer
Pra onde to indo mesmo?
Tem que comer
Me aqueço
Nem sempre danço
Pra quê?
Pra onde mesmo que eu to indo?
E olha que eu nem me perco
Já acordei
Meio que
Hoje não tem sol
* Dani Magalhães é nova acendedora do Pavio Curto. Circula na Região das Agullhas Negras/RJ e é coreógrafa, bailarina, baterista e poetisa.
Bem-vinda!!
Ilustração: Cristóvao Villela
Foto: Arquivo Pessoal