Difícil escrever às moscas
Sem chão sem bicho
Na lerdeza intermitente da luz que não se sente bem vinda.
No espelho único a ferida também insistente
De aluno
Mesmo tão esclarecido
Prefere o riso tardio da interação com as moscas
que piora no fim da tarde.
E o vizinho de um porre de ritmo esquecido.
E a vizinha de fogo, perigo dos espaços vazios.
E a mãe que mata os filhos. 13 ao todo.
As crianças cachorros em pedra e seus donos de pedra
Caras certeiras e imóveis.
Me faltam tantos óleos quanto a fonte desregrada inundante.
E o ar traz a vontade lá de longe quando o silencio não mais
afoga.
Por falta de permissão das moscas.
Nos abandonaram as lagartixas e os rastros
Do invisível vizinho que nada na própria morte.
Ilustração: Cacinho