sexta-feira, 17 de junho de 2022

O DESENCANTAMENTO DAS RUAS



Por Eduardo Alves




Nas ruas não há almas encantadoras 

Nas ruas, com ou sem a luz só há medo 

Nas ruas as almas encantadoras 

Suspiravam o sopro da liberdade!

As ruas hoje, com o medo presente, 

Suspiram o sopro do medo 

A inversão das ruas não se faz pelo vento 

A inversão das ruas é feita pelas pessoas 

Não são todas as pessoas 

Mas é um punhadinho de pessoas 

Com poder para impor o medo na multidão 

Basta quem compre para matar 

Basta quem tenha o que pagar pela morte 

E onde não há como se empregar, 

Haverá também quem se emprega para desencantar 

O suspiro que vem em sopro sórdido 

Tiram a vida sem trégua de Dom e do Indigenista!

Basta ser pessoa reconhecida na gira da justiça 

Para os poucos seres existentes na sórdida força do lucro,

Arrancar a vida e forçar a morte 

A morte é forçada no corpo, na alma, nos sonhos 

A alma da rua assim só tira o encantamento que podemos conquistar 

Vamos fazer valer a vida e fazer o encantamento predominar. 


Ilustração: Cristóvão Villela

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